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"O poder da humanidade que criou este imenso campo do saber há de ter forças para levá-lo ao bom caminho". (Bertrand Russel, filósofo e matemático inglês do século XX)



domingo, 31 de janeiro de 2010

A Órbita do Cometa Halley







Quando, em Outubro de 1982, astrônomos do Observatório de Monte Palomar, nos Estados Unidos da América, detectaram pela primeira vez a nova aproximação do cometa Halley, ele encontrava-se entre as órbitas do planeta Saturno e do planeta Urano, a 11,04 unidades astronômicas (1 unidade astronômica, ou 1 ua, tem 156 milhões de km, distância média entre a Terra e o Sol). A órbita real percorrida pelo cometa é mais complicada do que pensa-se, pois não é definida apenas pela atração gravitacional exercida pelo Sol, embora esta seja preponderante. A ela, somam-se perturbações decorrentes dos campos gravitacionais dos planetas que, em movimento incessante, introduzem mutações contínuas na trajetória dos corpos que deles aproximam-se. Por isso, a órbita calculada para um certo instante - denominada órbita osculatriz - representa meramente aquela que tangencia a complicada órbita verdadeira no ponto em que o cometa encontra-se.



Para caracterizar uma órbita são necessários cinco parâmetros, ou elementos orbitais: ângulo de inclinação, distância periélica, argumento do periélio, longitude do nodo ascendente e excentricidade. Um sexto elemento, o instante da passagem do cometa pelo periélio, permite situá-lo na órbita em qualquer instante.



O advento da era das missões espaciais tornou muito mais severa as exigências relativas ao conhecimento das órbitas dos corpos celestes. Cálculos baseados apenas na ação das forças gravitacionais apresentam pequena margem de erro, já detectada em 1822 na passagem do cometa Encke, segundo cometa a ter seu retorno previsto e confirmado, e de período orbital mais curto: 3,3 anos. Neste caso, algumas horas separavam a previsão da teoria gravitacional e a órbita observada. Verificou-se então a necessidade de levar em consideração a influência de forças gravitacionais, de origem ainda oculta e sem representação matemática formal inteiramente satisfatório.



Hoje, acredita-se que a rotação do corpo central (núcleo sólido) do cometa em torno do seu próprio eixo e a ejeção permanente de gases nas partes aquecidas pela insolação têm efeito de empuxo semelhante ao de um foguete. Por esta razão, aplica-se sempre uma correção semi-empírica quando é necessário determinar com precisão a órbita do cometa Halley, para efeito, por exemplo, de correção da trajetória das naves espaciais que vão abordá-lo. Também serão usadas as novas posições aparentes captadas pala rede astronométrica do IHW na Terra e pelo telescópio espacial norte-americano, que alimentarão um trabalho de permanente reavaliação de dados e prognósticos.

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