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quarta-feira, 5 de maio de 2010

O Flogístico: Um Atraso para a Química







Já no século XVIII, fazendo a distinção entre os corpos simples e complexos - ainda que de modo pouco preciso, rudimentar e insatisfatório - os químicos já eram capazes de dizer com bastante clareza quais os corpos simples que, reunidos sob determinadas condições, davam origem a certos corpos complexos. Uma coisa, todavia, preocupava os pesquisadores: o fato de uma substância mudar de aspecto e ter alterada suas propriedades físicas e químicas quando queimada. Como ainda eram poucos os gases conhecidos, os químicos não podiam imaginar que a combustão do enxofre (S), por exemplo, se devesse a um mecanismo análogo ao da formação de um sal a partir de um ácido e um álcali (ou, em linguagem moderna, uma base). Alem disso, os cientistas acalentavam a esperança de descobrir um agente universal, que, de uma vez por todas, acabasse com as controvérsias que cercavam os "princípios", fossem eles escolásticos ou devidos ao cientista holandês Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus Von Hohenheim (1493-1541), mais conhecido como Paracelso.
A chamada teoria do flogístico satisfaz essas duas reivindicações e encontrou no químico, médico e metalúrgico alemão Georg Ernst Sthal (1659-1734) o seu mais fervoroso adepto. O flogístico, ou fogo-princípio, não deveria ser confundido com o fogo visível, que se produz durante uma combustão. Tratava-se de um elemento imponderável, contido em todos os corpos combustíveis. No momento da combustão, o flogístico abandonaria o corpo em questão, e a isso devia-se sua mudança de características. Dessa maneira, o enxofre, submetido à combustão, perderia seu flogístico e se transformaria em gás sulfuroso; os óleos, quando queimados, passariam a gás carbônico, água e alguns resíduos; e assim por diante.

A teoria do flogístico reinou soberana por muito tempo, pois satisfazia a todos, desde atomistas e newtonianos, até os cartesianos. Era o coroamento de um esforço de síntese que os químicos almejavam há três séculos. E nenhuma outra teoria foi capaz de se lhe antepor.

Para os cientistas modernos, o conceito de uma substância impalpável e mal definida como o flogístico pode parecer totalmente absurda; na época em que surgiu, no entanto, este conceito não era mais misterioso que, por exemplo, a eletricidade ou o magnetismo. Na verdade, a teoria do flogístico foi muito bem aceita, pois explicava de maneira satisfatória a maioria dos fenômenos então conhecidos. Grandes cientistas como Joseph Priestley (1733-1809), Henry Cavendish (1731-1810), Jeremias Benjamin Richter (1762-1807) e Carl Wilhelm Scheele (1742-1786) alinharam-se na defesa dessa teoria. Porém, o célebre químico francês Antoine Laurent de Lavoisier (1743-1794) (retratado na fotografia acima) lutava veemente contra tal teoria. Lavoisier tinha conhecimento nas falhas dessa teoria e percebeu que a causa dos corpos se queimarem tinha imensa relação com o gás oxigênio (O2) presente no ar.

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